No domingo, 31 de maio, acordamos cedo porque queríamos assistir à missa na igreja de Santiago, afinal, iríamos para o Caminho de Santiago naquela mesma noite e queríamos estar ainda mais preparadas espiritualmente.
Fomos a pé, da casa do Francisco, onde estávamos hospedadas, até próximo ao Palácio Real, onde está a Real Parroquia de Santiago y S. Juan Bautista de Madrid (Calle Santiago, 23).
Assim que entramos na igreja, antes da missa, fomos falar com o padre. Dissemos a ele que éramos peregrinas e que iríamos começar o Caminho. Ele logo nos ofereceu uma credencial, mas dissemos que não precisávamos porque já tínhamos as credenciais desde o Brasil. Então, o padre colocou o primeiro carimbo (selo) em nossas credenciais e disse que depois da missa nos daria a bênção.
Fomos a pé, da casa do Francisco, onde estávamos hospedadas, até próximo ao Palácio Real, onde está a Real Parroquia de Santiago y S. Juan Bautista de Madrid (Calle Santiago, 23).
Assim que entramos na igreja, antes da missa, fomos falar com o padre. Dissemos a ele que éramos peregrinas e que iríamos começar o Caminho. Ele logo nos ofereceu uma credencial, mas dissemos que não precisávamos porque já tínhamos as credenciais desde o Brasil. Então, o padre colocou o primeiro carimbo (selo) em nossas credenciais e disse que depois da missa nos daria a bênção.
A missa foi linda! Choramos feito bebês e, ao final, como prometido, ele nos chamou para a bênção. O que não esperávamos era que ele nos desse a bênção na frente de todo mundo, antes da bênção final da missa. Foi emocionante demais! E, quando a missa acabou, alguns fiéis vieram nos desejar um "buen camino" e nos abraçar. Eu não conseguia parar de chorar!
Chorando ao lado do padre D. Carlos Cano - selfie com padre, sou dessas |
Saímos da igreja e ficamos um tempinho na praça da frente, refletindo e enxugando as lágrimas. Ali é onde começa o Caminho de Santiago desde Madri, então, o comércio da região é todo temático. Inclusive, conseguimos mais um selo em uma taberna que ainda nem estava aberta para o almoço.
De lá, fomos caminhando pelo centro, passando por alguns lugares que ainda não conhecíamos, como a Casa de La Villa, construída em 1029, e voltamos para perto da Catedral de Almudena (que visitamos no dia anterior), para conhecer os restos da Muralla Islámica de Madrid, a construção em pé mais antiga da cidade. A Muralla foi feita no século IX, durante a dominação muçulmana da Península Ibérica, como uma fortaleza, ao redor da qual se foi desenvolvendo o centro urbano de Madri. Os restos de maior importância da muralha estão integrados ao Parque Mohamed I (nome em referência a Mohamed I de Córdoba, considerado o fundador da cidade).
Restos da Muralla Islámica de Madrid, na Cuesta de la Vega, junto à Cripta da Catedral de Almudena |
De lá, fomos caminhando até o El Rastro, onde, aos domingos e feriados, acontece a feirinha (mercado) mais tradicional da cidade. Considerado Patrimônio Cultural de Madri, o Mercado El Rastro, fica a poucos metros do Centro Histórico, e é um dos maiores mercados a céu aberto da Europa.
Parte da feirinha El Rastro |
O El Rastro é basicamente uma feirinha de antiguidades, mas você pode encontrar de tudo por lá - tudo mesmo, inclusive os "regalitos" de Madri. Comprei alguns ímãs de geladeira para a minha coleção, por 3 euros cada.
Enquanto passeávamos pela feirinha, que estava abarrotada de gente, procuramos algum lugar para almoçar. Paramos no Quiosco de La Reina (Ronda de Toledo, 9), que fica dentro do Parque Casino de La Reina, um lugar bem bonitinho, com mesas ao ar livre. Pedi uma Salada Caesar (quem me conhece sabe da fissura que tenho por este prato, né?) e a Cintia pediu um hambúrguer. Os pratos não estavam lá essas coisas, mas precisávamos almoçar, certo?
Voltamos para a casa do Francisco para arrumar nossas malas e tomar banho. A Cintia havia levado do Brasil uma mala de rodinhas, com a mochila do Caminho de Santiago dentro. Assim, separamos nossas mochilas, tiramos todas as coisas que não iríamos usar no Caminho e colocamos-nas dentro da mala. Nos despedimos do Francisco e chamamos um táxi. Fomos até a Calle Serrano, onde deixamos a mala de rodinhas na casa de um amigo meu, para fazermos o Caminho só com o necessário.
Antes de viajar, procurei todas as opções para deixar nossa bagagem em Madri, para não precisarmos levar tudo para o Caminho (salto alto, maquiagem, vestidos e afins). Encontrei apenas duas maneiras: a primeira seria enviar tudo pelo correio para Santiago de Compostela, onde existe uma agência especial para peregrinos. Esta agência recebe toda a bagagem dos caminhantes para que, quando eles cheguem a Santiago, suas coisas os estejam esperando. A segunda opção seria alugar um espaço na casa do meu host do Airbnb, mas ele queria nos cobrar 40 euros para ficar 10 dias com a mala. Achei demais. A opção de deixar a bagagem em alguma estação de trem foi descartada porque as estações não permitem mais que deixemos as coisas por mais de um dia - por medo de terrorismo. Graças a Deus, meu amigo se ofereceu para ficar com a nossa mala e não nos cobrou nada!
Enfim, ficamos na casa dele até que o Roberto chegasse para nos buscar, às 19h, como combinado. Contatei o Roberto pelo Blablacar, um serviço muito utilizado na Europa. Funciona assim: as pessoas que vão viajar de carro, publicam suas viagens no site e disponibilizam as caronas. Você entra no site, coloca o seu ponto de partida e seu ponto de chegada na busca, e olha as opções. Na descrição de cada viagem, você encontrará todas as informações sobre o carro, o condutor e tudo mais, além das classificações de outros usuários que já pegaram carona com a pessoa. Então, você reserva o seu lugar e faz o pagamento pelo site. O condutor pode aprovar ou não a sua "participação" na viagem dele. Mas é seguro: você recebe um código de reserva e o pagamento só é finalizado quando você passa o código para o motorista ao final da viagem. Sem o código, ele não recebe.
O Roberto havia publicado uma viagem de Madri a Lugo no Blablacar. Como queríamos começar o Caminho de Santiago em Pedrafita do Cebreiro, e esta cidade fica no caminho de Madri a Lugo, fizemos a reserva com ele. Roberto foi absolutamente gentil - nos buscou na casa do meu amigo e nos deixou na porta do hotel em Pedrafita. A carona foi ótima - Roberto dirige super bem, não corre, e tem um carro bom e confortável (um BMW 1 series). Havia mais um passageiro no carro, o que foi muito conveniente, porque eles ficaram conversando em espanhol e nós pudemos cochilar durante as 4 horas de viagem. :D
Pagamos 25,38 euros cada uma pela carona. Este valor é muito mais baixo que os preços das passagens de trem ou de ônibus. Além do mais, nem o trem nem o ônibus nos deixariam em Pedrafita do Cebreiro. Precisaríamos parar numa cidade grande, como Ponferrada, por exemplo, e tomar outra condução para Pedrafita.
"Roberto, gato, dá uma olhadinha aqui?" |
Pelas estradas da Espanha, às 22h! (Só anoitece às 23h) |
O que aconteceu quando chegamos lá em Pedrafita é história para o próximo post!
Beijos,
0 comentários