Um motorista para chamar de seu: nossa experiência no Líbano
07:04Quem acompanhou os posts sobre nossa visita ao Líbano, percebeu que um nome foi muito recorrente em nossos relatos: Ahmed H. Moussa, nosso querido motorista. O Ahmed, na verdade, é um taxista que mora e trabalha em Beirute. Com 54 anos e quase 30 de experiência atrás do volante, ele é aquele senhorzinho que conhece tudo e um pouco mais, e vai te levar para qualquer lugar que você pedir. Ele ama o Brasil e fala a todo momento que tem parentes por aqui, o que de fato é verdade. Seu irmão tem um filho que mora no Bom Retiro.
Nosso encontro aconteceu por acaso, como a Lu contou aqui. Ainda bem, pois após rodarmos mais de 400Km pelo Líbano, não poderíamos ter feito isso ao lado de um desconhecido. O Ahmed é um homem super paciente e não se incomoda em explicar para você o que você pedir. Na verdade, ele até insiste para que você entenda tudo o que está vendo. Mesmo que não de forma muito completa, ele também é um ótimo guia turístico e fará você descer do carro para apreciar a vista -- mesmo que você esteja cansado: "aproveitem a vista, quem sabe quando voltarão?", ele dizia. :)
No Líbano, todas as regulações de trânsito são bem complicadas. Desde a falta de sinalização nas vias, até nos serviços prestados, como os táxis. Não há taxímetro e os preços são combinados com o motorista, que podem ser sacanas com você, assim como em qualquer lugar do mundo. A vantagem em encontrar alguém de confiança é poder contar com o serviço sempre que você precisar, além de ter o poder de barganha. No caso de um país tão diferente como o Líbano, tivemos a boa sorte de cruzar o caminho do Ahmed e ele o nosso.
Abaixo fiz um roteirinho com os trechos que visitamos, com uma média da distância e os preços. Obviamente que os valores cobrados pelo Ahmed não são 100% consistentes, mas eles têm coerência. Olha só:
Abaixo fiz um roteirinho com os trechos que visitamos, com uma média da distância e os preços. Obviamente que os valores cobrados pelo Ahmed não são 100% consistentes, mas eles têm coerência. Olha só:
1º dia
Distância: 107KmCusto: US$ 100
2º dia
Distância: 64KmCusto: US$ 90
3º dia
Distância: 90KmCusto: US$ 70
4º dia
Trecho: Hamra/Verdun (The Sultan Center Plus)/Haret Hreik/Hamra
Distância: 18KmCusto: US$ 60
5º dia
Trecho: Hamra/Chtaura/Baalbeck
Distância: 89Km
Custo: US$ 100
6º dia
Trecho: Ghazee/Hamra
Distância: 55Km
Custo: US$ 80
7º dia
Trecho: Hamra/Aeroporto
Distância: 13Km
Custo: US$ 25
No 4º dia, chegamos a reclamar com ele o preço, pois só ficaríamos dentro de Beirute. Ele, no entanto, justificou que perderia corridas durante o dia para ficar conosco e nos ajudar com as compras, o que, de fato, ele fez. Nos ajudou com os produtos, conversou com as pessoas que não nos entendiam e ainda carregou nossas compras. Achamos justo. Nos 5º e 6º dias, os preços foram mais altos em relação aos demais trechos que fizemos, porém, quem nos levou foi o Youssef, primo do Ahmed. Acredito que possa ter rolado um acordo entre eles para que o Ahmed não ficasse sem lucrar aqueles dias. Ainda assim, foi tranquilo.
7 comentários
não vale alugar um carro??
ResponderExcluirEu gosto muito de dirigir... GPS?
Oi, Fernando!
ResponderExcluirDúvida super válida. Embora o preço do aluguel de um carro no Líbano seja bastante interessante, existem alguns fatores bem importantes a serem considerados:
- GPS: os nomes das ruas, em sua maioria, estão em árabe. Algumas regiões estão em francês, mas é mais no centro, onde está o agito.
- Trânsito: vai te fazer perder muito tempo. O Líbano é também um lugar com pouca (ou nenhuma) organização - semáforos, preferenciais, faixa de pedestres etc.
- Experiência: subir para as montanhas é uma tarefa que requer experiência. Morro acima, é quase certo que você encontrará neve o ano inteiro e, caso já tenha dirigido na neve, deve saber como é. Além disso, muitos (muitos mesmo) trechos de estradas não tem proteção nas encostas, logo, atenção tripla.
- Tensão social: você tem que conhecer muito bem as regiões para onde vai para ter certeza que pode transitar tranquilamente (a Lu explicou como é o Líbano há dois posts). No sul, por exemplo, uma autorização para passar de uma cidade para outra é necessária, e nem sempre é certo que os militares deixarão você passar. Próximo às fronteiras também é tenso, não somente agora (conflito sírio), mas também porque existem diversos campos de refugiados, interferência do Hezbollah e militares em conflito.
Particularmente, eu não optaria por guiar por lá. Acho que você ganha mais tempo, talvez, fechando um preço com alguém que te levará pra onde vc quiser.
Espero ter ajudado!
Quando chegar a minha vez de ir pro Líbano, espero encontrar o Ahmed por lá! Pelos vídeos achei ele super prestativo e pelos valores que tu descreveu Ana, achei coerente, considerando todos esses fatores que tu citou a cima. Vale a pena =)
ResponderExcluirOi, June!
ResponderExcluirTambém torcemos pra que você o encontre por lá e que seja logo! :) Se tiver mais alguma dúvida, conte com a gente!
Beijos
Oi ana,
ResponderExcluirLi como vcs conheceram o ahmed,mas como vou encontra-lo em beirute?ele n deixou o celular ou o email com vcs?
Oops,agora que eu vi o ultimo video que aparece os telefones,obrigado pela ajyda,Marcos.Só mais uma coisa,lá no Líbano,a gente tem que trocar dinheiro,ou aceitam tudo em dólar?pra comer no barbar e no laziz vcs pagaram em dolar?quanto custava um prato de chezbaraque?
ResponderExcluirOi, Marcos!
ExcluirLegal, encontrou o telefone, né? :)
Quanto ao dinheiro, todo o lugar por lá aceita dólares. Inclusive, nos restaurantes, a notinha já vem com o valor em Libra Libanesa e Dólar. De qualquer maneira, o valor do câmbio é bastante padrão: US$ 1 = LL$ 1.500.
Sobre os valores, aqui neste post dei uma média de quanto se gasta em cada lugar por refeição: http://www.sintrip.com.br/2012/04/para-comer-libano-ao-ponto-por-favor.html.
Espero que ajude.
Beijo