Saímos cedo no sábado para uma longa viagem até o Vale do Beqaa, onde encontraríamos a família de duas amigas da Lu. Desta vez, o Ahmed não pode nos levar, mas ele nos indicou seu primo Youssef (Joseph ou José), que fez o trecho por US$ 90. Partimos de Beirute às 10h30 para uma viagem de 44km, que duraria cerca de 1 hora até Chtaura, onde encontraríamos as meninas para, então, pegarmos uma van até Baalbeck. Chtaura é o centro comercial mais importante do Vale do Beqaa, com bancos, mercados e postos de gasolina. É a cidade para o pit stop de viajantes que vão a Damasco (capital da Síria) ou até Beirute.
O caminho de ida é uma subida só, então, o clima vai esfriando rapidamente. Além disso, os motoristas parecem que não estão nem aí para a pista molhada -- estava sol, e o gelo derrete rapidamente --, então descem na maior velocidade, fazendo ultrapassagens perigosas.
No meio do caminho, decidimos que não ficaríamos em Chtaura e pedimos que o Youssef passasse em Ghazee, cidadezinha onde moram as meninas, para deixarmos nossas coisas. Preguiça de pegar a van. Chegamos à casa delas a tempo somente de dar oi, pegar a Holud e partir para mais 30 minutos até Baalbeck, onde conheceríamos as ruínas de uma das sete maravilhas do mundo antigo. A cidade tem hoje cerca de 72 mil habitantes, e seus registros datam de 4 mil a.C., quando se tornou um dos principais centros de passagem das caravanas do Vale do Beqaa. Situada a 1.150m acima do nível do mar Mediterrâneo, Baabeck fica entre as montanhas do Líbano e do anti-Líbano, com fontes de água que foram determinantes para sua importância na antiguidade.
Templo de Baco
No meio do caminho, decidimos que não ficaríamos em Chtaura e pedimos que o Youssef passasse em Ghazee, cidadezinha onde moram as meninas, para deixarmos nossas coisas. Preguiça de pegar a van. Chegamos à casa delas a tempo somente de dar oi, pegar a Holud e partir para mais 30 minutos até Baalbeck, onde conheceríamos as ruínas de uma das sete maravilhas do mundo antigo. A cidade tem hoje cerca de 72 mil habitantes, e seus registros datam de 4 mil a.C., quando se tornou um dos principais centros de passagem das caravanas do Vale do Beqaa. Situada a 1.150m acima do nível do mar Mediterrâneo, Baabeck fica entre as montanhas do Líbano e do anti-Líbano, com fontes de água que foram determinantes para sua importância na antiguidade.
Baalbeck, que quer dizer "Deus do Vale do Beqaa" ou "Senhor do Beqaa", foi conquistada por Alexandre Magno e, depois de sua morte, governada por Ptolomeu (301 a.C.). Nesta época, a cidade foi chamade de Heliópolis, ou "Cidade do Sol". Quase 200 anos depois, os Seleucides dominaram a região e iniciaram a construção dos grandes páteos e templos que, hoje, são um dos maiores tesouros arqueológicos romanos do mundo. O domínio árabe veio em 636 d.C., quando o Califa Omar El Katab chegou à cidade e transformou a Acrópolis em uma enorme fortaleza para abrigar seus quarteis.
O "Terraço de Baalbeck", como também é conhecido, é cercado de mistérios, pois pesquisadores e arqueólogos mantêm teorias diferentes para explicar de que maneira os imensos blocos de granito -- alguns com mais de 20m de comprimento, pesando entre mil e duas mil toneladas -- foram transportados até o local onde se encontram. Fala-se até em extraterrestres. Vai saber.
Vista panorâmica do Grande Páteo, onde eram realizados os sacrifícios de animais para o deus sol. |
As ruínas de Baalbeck formam um grande complexo, onde visitamos os três principais monumentos:
Templo de Júpiter
Foi o maior e mais suntuoso templo construído durante o Império Romano. Na antiguidade, uma parede de três níveis foi levantada e, cada nível, era formado por pedras que pesavam, cada uma, cerca de 1 tonelada. O templo estava a sete metros acima do páteo e era rodeado por 54 colunas. Hoje, ainda existem seis colunas em pé e são as maiores do mundo, com 22 metros de altura e 2,20 metros de diâmetro cada uma. De longe, não temos a noção exata do tamanho, mas quanto mais perto chegamos, mais ficamos impressionadas com a magnitude de tudo aquilo!
No melhor estilo "capa de cd", por essa foto dá para ter uma noção do tamanho da base das colunas. :) |
Simplesmente lindo, é o templo romano melhor preservado que existe. Com 69 x 36 metros -- maior que o Partenon, em Atenas, Grécia --, foi chamado assim, pois no altar há cenas da infância de Baco (deus do vinho e da festa) esculpidas nas paredes. O templo era usado para oferendas a deuses populares, com câmaras subterrâneas e quartos especiais para oferendas de maior valor. Outros relatos sugerem que ali eram realizadas grandes orgias, além da iniciação espiritual de sacerdotes que se embebedavam para chegar ao "clímax" da salvação em seus deuses. Sei...
Detalhe das colunas esculpidas na parte exterior do Templo de Baco. |
Dimensões inacreditáveis nos deixaram de queixo caído! |
Templo de Vênus
O pequeno templo levou este nome por conta dos detalhes de conchas marinhas e pombas, ícones que referem-se ao culto à Vênus, no entanto, ninguém sabe ao certo para qual deus ou propósito ele foi construído. Foi uma das construções da Acrópoles que mais sofreu, sendo restaurado diversas vezes após terremotos e corrosão. Sinceramente? Ele estava longe e só fui percebê-lo nas fotos depois. Ele está cerca de 200 metros do Propileus (entrada do complexo), fora dos páteos internos de Heliópolis.
O pequeno templo levou este nome por conta dos detalhes de conchas marinhas e pombas, ícones que referem-se ao culto à Vênus, no entanto, ninguém sabe ao certo para qual deus ou propósito ele foi construído. Foi uma das construções da Acrópoles que mais sofreu, sendo restaurado diversas vezes após terremotos e corrosão. Sinceramente? Ele estava longe e só fui percebê-lo nas fotos depois. Ele está cerca de 200 metros do Propileus (entrada do complexo), fora dos páteos internos de Heliópolis.
Durate nossa visita, tivemos a companhia de um guarda que fez questão de nos guiar pelas ruínas, mas também de ficar tirando fotos da Holud. Juro, ele fez a coitadinha de modelo, mas, pelo menos, ela tem belas fotos deste dia. :) Para entrar, pagamos 12 mil LBP (R$ 15) e tivemos a sorte de estar acompanhada daquele guarda, pois as ruínas fecham às 16h-16h30, dependendo do horário do pôr do sol. Juro. Saímos de lá um pouco depois das 17h, com um frio de bater os dentes e ainda por cima, escoltadas.
Na saída, ambulantes enlouquecidos tentarão te vender de tudo, de lenços a livretos sobre Baalbeck que, inclusive, me serviu de guia para escrever este post. Compramos dois livretos por 15 mil LBP (R$ 18) e eles são bem completos, com fotos e tudo mais. Paramos para comer uma esfiha muito da sem vergonha em uma feirinha em frente à entrada de Baalbeck. Não coma lá. A esfiha é requentada e, o pior, no microondas. Borrachinha de carne. :(
Resumo: passeio nota dez e indispensável! A cidade é bem charmosa e é uma pena que não tivemos tempo de desbravar mais um pouco, porém, fica a dica para ir cedo e caminhar pelas ruas estreitas de Baalbeck, este patrimônio histórico. É incrível ter esse lugar como parte de minhas memórias e espero que um dia faça parte das suas também!
1 comentários
Incrível! <3
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