O post de hoje é o último da série que deu algumas sugestões de filmes de viagem para muitas ocasiões. Para encerrar, falo sobre documentários e filmes independentes do circuito alternativo que, ao meu ver, conseguem resgatar a essência dos assuntos que retratam de forma bastante fiel.
Alguns, no entanto, não têm tradução para o português ou nunca foram lançados por aqui. Ainda assim, acredito que valem sim o esforço de serem encontrados, pois são pequenas jóias.
Vamos lá? :)
A que distância (Qué tan lejos, 2006)
A ironia deste filme está no encontro entre Esperanza, Tristesa (Teresa) e Jesus. Sim, são os nomes dos personagens deste filme equatoriano que mostra um Equador que eu nunca havia visto antes. Esperanza é uma mochileira "encomendada", rica, que olha uma criança passando fome e tira uma foto. Teresa é uma jovem estudante, politizada e super ácida, o que dá o tom divertido ao filme, pois ela tem um desprezo bastante nítido em relação à colonização espanhola no Equador. Esperanza, com seus cabelos loiros e olhos claros, além, claro, da ingenuidade burguesa, representam tudo o que Teresa detesta.
Depois de um bloqueio na estrada que impede o ônibus onde as duas estão siga viagem, ambas decidem seguir a viagem a pé rumo a Cuenca, cidade onde Teresa precisa chegar para impedir que o seu namorado case com outra. Durante a aventura elas encontram Jesus. hahaha Juro, é muito legal e é excelente para conhecer a paisagem do Equador -- que agora eu quero conhecer também.
A última viagem de Paul (Last stop for Paul, 2006)
Leve e divertido, este filme é para deixar no repertório e vale começar dizendo que já ganhou um monte de prêmios internacionais de cinema. A história é simples: Charlie e Cliff trabalham juntos em uma empresa de suprimentos para banheiros (rá) e decidem sair do país durante duas semanas. Charlie é aventureiro e sempre saí com uma mochila nas costas, no melhor estilo on a budget. Já Cliff, morre de medo de deixar sua casa. No entanto, um amigo muito querido de Cliff morre pouco antes de saírem de férias. O detalhe é que o póstumo amigo estava planejando uma viagem pelo mundo, logo, Cliff propõe que ele e Charlie desbravem o maior número possível de países nos quatro cantos em DUAS semanas para honrar a vida do falecido.
Acho bom, acho válido, acho legal. Filme cheio de clichê, mas toda risada e paisagens bonitas são bem vindas, não? :)
Genghis Blues, 1999
A Map for saturday, 2007
Alguns, no entanto, não têm tradução para o português ou nunca foram lançados por aqui. Ainda assim, acredito que valem sim o esforço de serem encontrados, pois são pequenas jóias.
Vamos lá? :)
A que distância (Qué tan lejos, 2006)
Depois de um bloqueio na estrada que impede o ônibus onde as duas estão siga viagem, ambas decidem seguir a viagem a pé rumo a Cuenca, cidade onde Teresa precisa chegar para impedir que o seu namorado case com outra. Durante a aventura elas encontram Jesus. hahaha Juro, é muito legal e é excelente para conhecer a paisagem do Equador -- que agora eu quero conhecer também.
A última viagem de Paul (Last stop for Paul, 2006)
Acho bom, acho válido, acho legal. Filme cheio de clichê, mas toda risada e paisagens bonitas são bem vindas, não? :)
Genghis Blues, 1999
O que acontece quando um documentário mostra a busca de um músico de blues norte-americano, Paul Pena, já falecido, pelo som perfeito de garganta feito em Tuva? Bom, Tuva é um terrítório que fica entre a Rússia e a Mongólia, coloque ainda uma fronteira com a Sibéria. Nem preciso dizer o quanto é diferente. Esse cara, o Pena, descobriu um dom incrível dos artistas locais, que é cantar com a garganta. Sim, a "música de garganta de Tuva" é conhecida entre os apreciadores de world music e existem algumas figuras conhecidas, como o Ondar, que ilustra o cartaz do filme.
Para deixar a história ainda mais interessante, Pena, que era deficiente visual, não apenas se apaixonou pelo estilo, como aprendeu a cantar e se inscreveu em um concurso local -- sim, em Tuva --, para competir entre os locais. Pena aprendeu a língua e foi honrado pelo povo daquele lugar, pois dominou a técnica do canto (kargyraa). Não é tarefa para qualquer um.
Este documentário é longo, denso, mas recomendo demais. Uma cultura assim, tão diferente, merece estar no radar para destinos futuros!
Encerro com o filme que, ao meu ver, acredito ser um dos mais puros em sensação de viagem. O produtor do filme, um belo dia, larga sua confortável vida nos Estados Unidos e um emprego na HBO, enche uma mochila e sai com o quase-plano de viajar - sozinho - o mundo em um ano. O resultado é um olhar bastante próximo não só para a vida e as experiências de quem se arrisca a fazer isso, mas também de todo o emaranhado de relações e sentimentos que envolvem uma trajetória como a dele.
Outras vidas preenchem o enredo do filme de 1 hora e meia, e coloca sob perspectiva questionamentos como "é fácil fazer isso com dinheiro" ou "uma viagem assim é ideal para quem não tem raízes", lidar com despedidas, com a falta do fator surpresa - veja, ele andou o mundo inteiro, chega uma hora que cansa -, o pouco dinheiro e, claro, o sempre temido retorno para casa. Porém, não se engane, nem sempre é fácil. Assista, reflita e considere. :)
E aí, o que achou da série? Agora é com você montar sua filmoteca particular e aumentar a lista de lugares para onde você quer ir. Quem sabe um dia a gente não se tromba pelo mundo?
Até mais!
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