Cuba

O que vi de Cuba (Lu)

12:06

"E aĆ­? Gostou de Cuba?"
Pela primeira vez em uma viagem, senti vontade de voltar pra casa no meio da estadia. Cuba me deixou triste por muitas vezes. Cheguei a chorar em pleno centro da cidade, por dĆ³ ou por raiva de nĆ£o poder fazer nada para "salvar" aquela gente. Mas Ć© claro que me diverti horrores, matei minha vontade de danƧar Salsa atĆ© as pernas tremerem de dor e conheci pessoas incrĆ­veis tambĆ©m, que ficarĆ£o para sempre guardadas em meu coraĆ§Ć£o.

Antes de viajar, ouvi muita gente falar da alegria dos cubanos, da magia, da fantasia, da festa, da mĆŗsica, da beleza... NĆ£o vi muito disso por lĆ”, nĆ£o. Ou melhor, vi. Mas vi nos lugares dedicados a turistas. Alegria sincera eu vi pouca. Acho, na verdade, que eles riem para nĆ£o chorar. A impressĆ£o que tive foi a de que o povo vive por inĆ©rcia, esperando, talvez, por um milagre qualquer. Ou nĆ£o esperando por nada. Todos os cubanos com quem conversamos, nos disseram que vivem o hoje, sem pensar no amanhĆ£, sem fazer planos. Os cubanos nĆ£o tĆŖm sonhos. E o que Ć© uma vida sem sonhos?

CrianƧas que nĆ£o gostam de brincar. 
NĆ£o quero falar de polĆ­tica nem vou misturar as coisas, sĆ³ me importa os sentimentos que Cuba me despertou e a impressĆ£o com a qual voltei de lĆ” (a qual quero compartilhar com vocĆŖ agora). Talvez, quem vai Ć  Cuba por um pacote de uma agĆŖncia, para ficar em um hotel ou resort cinco estrelas, pagando o preƧo turĆ­stico dos serviƧos de lĆ” e nĆ£o tenha esse contato tĆ£o prĆ³ximo com o povo, nĆ£o perceba que tudo ali Ć© uma grande farsa, uma grande ilusĆ£o. NĆ£o critico, nem julgo nenhum tipo de viagem ou perfil de viajante. Eu adoro conforto e, quando posso, pago por ele, sim. Mas, mesmo com conforto, mesmo pagando caro, acredito que eu sĆ³ conheƧo um lugar de verdade quando estou em contato direto com seu povo (pobre ou rico). Foi assim nos Estados Unidos, foi assim nos Emirados, foi assim no LĆ­bano e serĆ” assim em qualquer lugar que eu visitar. Quando chego em qualquer destino, quero conhecer novos amigos.

Foi por causa disso que, em nossa primeira noite em Havana, eu puxei papo com a MĆ­riam, dentro do almendrĆ³n (o tĆ”xi popular dos cubanos), perguntando aonde ela estava indo. De repente, estĆ”vamos todos andando juntos pela Rampa, pelo MalecĆ³n e madrugada adentro, pelas ruas de Havana e na balada.
No dia seguinte, ela foi nos encontrar onde estĆ”vamos hospedadas e nos guiou por onde querĆ­amos ir. Ela foi legal demais, o tempo todo, prestativa demais e, enquanto eu ainda nĆ£o havia conhecido o "outro lado de Cuba", vi nela uma amizade sincera, que permaneceria mesmo com o fim da viagem.

Em Varadero, conheci o Yoan. Passamos uma noite inteira juntos, danƧando, bebendo, rindo... No dia seguinte, ele apareceu de surpresa em nosso hotel, porque queria sair comigo de novo. "Apaixonou!", pensei. Mas eu havia gostado dele. Bastante. Nossa segunda noite juntos foi mais que especial e muito marcante para mim. Eu acreditava que havia rolado algo forte entre nĆ³s, de verdade. Tanto que, no dia seguinte, lĆ” estava ele, passando a tarde ao meu lado, no hotel. Tivemos que partir de volta para Havana e, quando eu estava quase chorando ao me despedir, ele disse: "Vou para Havana no sĆ”bado e quero passar o dia e a noite com vocĆŖ". Fiquei feliz porque sabia o sacrifĆ­cio que ele teria de fazer para viajar atĆ© Havana. JĆ” explico.

AtĆ© aĆ­ eu sĆ³ pensava que "os cubanos se apegam demais!". Isso me pareceu, no fundo, uma grande carĆŖncia. Ou, mais alĆ©m, nĆ³s, estrangeiras, representamos uma salvaĆ§Ć£o, um sonho, uma fuga -- e, por isso, eles nĆ£o querem deixar a oportunidade escapar. SerĆ” que Ć© isso?

"Me dĆ” seu telefone que eu te envio um SMS assim que chegar em Havana, para dizer o nĆŗmero do meu quarto e vocĆŖ, entĆ£o, poder me ligar no hotel. Pelo menos nĆ£o pagamos para enviar SMS", falei. Ele disse: "eu pago CUC$ 1 para responder". O quĆŖ? CUC$ 1 = R$ 2!  Sabe o que significa CUC$ 1 para um cubano? Um dia de trabalho! Sim, eles recebem em torno de 25 a 30 dĆ³lares por mĆŖs. JĆ” pensou o sacrifĆ­cio que um cubano nĆ£o tem que fazer para viajar de uma cidade a outra, se uma passagem de Ć“nibus custa CUC$ 10? Surreal, nĆ£o Ć©? EntĆ£o eles pegam carona, vĆ£o parando de cidade em cidade atĆ© chegarem onde desejam.

Quando nos despedimos, ele perguntou se eu nĆ£o teria CUC$ 2 para ele pegar o Ć“nibus de volta Ć  casa dele. Quatro reais nĆ£o significam nada pra mim, entĆ£o eu dei. Mas foram esses R$ 4 que me fizeram refletir o resto do dia e me deixaram tĆ£o triste. Durante todo o caminho atĆ© Havana, eu fiquei com aquilo na cabeƧa e me lembrei dos casais de cubanas e senhores europeus que eu vi passeando pelo hotel de Varadero. O turismo sexual em Cuba rola solto. NĆ³s atĆ© brincĆ”vamos quando vĆ­amos um casal assim, dizendo que havia ali um "amor puro, amor verdadeiro" (ironicamente, claro), mas no fundo ficĆ”vamos chocadas. E o mesmo aconteceu na balada, quando vimos vĆ”rios negƵes sarados e bonitos com umas gringas loiras, feias. Ɖ simples: "te dou sexo e 'amor', vocĆŖ me paga tudo". AtĆ© que ponto o Yoan estava sendo sincero comigo? Me senti tĆ£o mal que atĆ© chorei antes de dormir. SerĆ” que tudo que ele queria era quatro reais? SerĆ” que a MĆ­riam realmente gostou da gente ou ela estava brincando de guia de turismo sĆ³ para ganhar uns "regalitos" e para que pagĆ”ssemos a balada, a bebida e a comida dela? NĆ£o dĆ” pra saber.
O pior Ć© que os prĆ³prios cubanos sabem que temos consciĆŖncia disso. Um cara se aproximou de mim, me convidando para sair, porque me achou linda (ah, quantas vezes eu ouvi isso! Foram todas sinceras? Duvido). Quando eu disse que nĆ£o, que jĆ” tinha um "novio" em Cuba, ele respondeu "mas eu pago tudo!", como se o cavalheirismo de pagar algo para uma mulher fosse a coisa mais rara do mundo (e lĆ” Ć©!).

Eu nunca havia me sentido usada na vida e, apesar de nĆ£o ter oferecido grandes coisas a ninguĆ©m em Cuba, eu nĆ£o suportava mais os elogios das pessoas, a aproximaĆ§Ć£o, o assĆ©dio. Ao final da viagem, todos me soavam falsos. Eu, que cheguei em Havana distribuindo sorrisos e abraƧos, passei a ignorar algumas pessoas como se nĆ£o entendesse o idioma delas. Troquei as risadinhas por bufadas de impaciĆŖncia quando pedintes se aproximavam a cada dois passos que dĆ”vamos nas ruas, para nos pedir um sabĆ£o, um presentinho, CUC$ 1. A raiva que crescia dentro de mim nĆ£o era das pessoas, mas da situaĆ§Ć£o. Eu queria ajudar, mas nĆ£o tinha como ajudar todo mundo! Fui com o meu dinheiro contado e levei dez sabonetes na mochila para sair distribuindo. Se dĆ©ssemos uma moeda para um, dois segundos depois aparecia outro pedindo. NĆ£o tĆ­nhamos como dar conta e acabĆ”vamos dando patadas como resposta.


Mas vamos supor que tudo o que rolou de sentimento ali tenha sido sincero. Eu nĆ£o posso nem tenho o direito de alimentar alguma esperanƧa nas pessoas que me conquistaram de que nos reencontraremos um dia. Ɖ triste dizer isso, afinal, eu falo com todos os amigos que fiz em todas as viagens pelo menos uma vez por semana -- e sempre fazemos planos de nos ver novamente. Primeiro porque nĆ£o pretendo voltar (pelo menos nĆ£o tĆ£o cedo, talvez quando eu jĆ” tiver viajado tudo que eu quiser), segundo porque sei que eles nunca terĆ£o dinheiro para vir para o Brasil. Por mais que o governo tenha liberado que o povo cubano saia do paĆ­s, quem, com um salĆ”rio de 30 dĆ³lares, conseguirĆ” juntar dinheiro para comprar uma passagem?

Antes de ir Ć  Cuba eu conheci o Maykel pela internet (acho que ele Ć© um dos Ćŗnicos cubanos que estĆ” no Facebook), mas infelizmente nĆ£o conseguimos nos encontrar lĆ”. NĆ³s nos falamos quase todos os dias, ele com aquela internet precĆ”ria, lenta, Ć s vezes diz "Lu, preciso desligar porque meu tempo de conexĆ£o estĆ” acabando". Quando eu preciso sair, sinto pena de deixĆ”-lo lĆ” porque sei que esta comunicaĆ§Ć£o Ć© um sacrifĆ­cio para ele. E quando ele pergunta "quando vou encontrar minha amiga brasileira?", fico sem saber o que dizer.

Voltando ao Yoan, ele nĆ£o chegou Ć  Havana como prometeu. Isso porque ele foi detido pela polĆ­cia no meio do caminho. "Mas, Luciana! VocĆŖ estava esperando um criminoso?". Quer saber qual crime ele cometeu? Ele estava com uma turista (e estava sem graƧa de me contar). Pois Ć©. Cubanos nĆ£o podem andar com turistas, principalmente cubanos homens com turistas mulheres. Se vocĆŖ perguntar o motivo, eles dirĆ£o que essa lei Ć© para preservar as turistas de serem estupradas ou assaltadas. IngĆŖnuos, nĆ£o? Ɖ claro que essa lei Ć© para impedi-los de ter acesso Ć  informaƧƵes do mundo. Quando um cubano Ć© pego com uma turista pela primeira vez, ele Ć© fichado. Na segunda vez, cadeia. E pra vocĆŖ ver como isso nĆ£o Ć© lorota, conhecemos uns brasileiros no voo da volta, que contaram que estavam tomando umas cervejas em um bar com uns cubanos, quando um policial chegou e levou um deles. Triste. Muito triste.

Uma coisa Ć© fato: a seguranƧa lĆ” Ć© incrĆ­vel! VocĆŖ pode andar a pĆ© de madrugada, sem medo algum. E a criminalidade Ć© baixĆ­ssima. Quase nĆ£o existem casos de assalto, estupro ou qualquer outro mal que vemos tanto em nossos noticiĆ”rios. AtĆ© presenciamos o caso de uma gringa que perdeu a cĆ¢mera fotogrĆ”fica na balada e os seguranƧas sĆ³ sossegaram quando a encontraram (nas mĆ£os de um cubano) e a devolveram Ć  ela.

Cuba tem praias lindas, mas paisagens horrĆ­veis. Tudo caindo aos pedaƧos, de carros a igrejas; prĆ©dios, que um dia foram lindĆ­ssimos, com uma arquitetura incrĆ­vel, abandonados e jogados Ć s traƧas. DĆ” dĆ³. Muita dĆ³. O governo sĆ³ preserva o que lhe convĆ©m (como Ć© o caso do centro restaurado, totalmente dedicado ao turismo).


A pobreza Ć© de chorar. E sĆ³ de pensar que um cubano precisa trabalhar dias pra conseguir comer um hambĆŗrguer, agradeƧo a Deus por ser brasileira. E por falar em hambĆŗrguer, eles nunca ouviram falar do McDonald's. NĆ£o existir McDonald's em Cuba Ć© compreensĆ­vel, mas cubanos nĆ£o saberem da existĆŖncia da maior lanchonete do mundo Ć© um pouco chocante.
Mas nĆ£o hĆ” acesso Ć  informaĆ§Ć£o lĆ” mesmo. Eles assistem a um noticiĆ”rio de 30 minutos por dia, com notĆ­cias (provavelmente) controladas pelo governo -- como tudo, de emails a correspondĆŖncias. Comprei o principal jornal diĆ”rio de lĆ”, sĆ³ por curiosidade. Na capa, a manchete "Che habla de Camilo" (uma entrevista com Che Guevara como se ele ainda estivesse vivo!). Um absurdo! Em todas as "livrarias", vocĆŖ sĆ³ encontra as caras do Che e Fidel estampadas nas capas dos livros. SerĆ” que se os cubanos lessem sobre a Primavera Ɓrabe, se revoltariam contra o governo? Eu realmente acho que eles nĆ£o sabem o poder que tĆŖm nas mĆ£os. Quando souberem, Cuba acaba. 


O povo Ć© talentosĆ­ssimo! Todas as pessoas sabem danƧar, cantar, tocar instrumentos... E como elas usam esse talento? Tentando trocados no meio das ruas e nos restaurantes de Havana Vieja. Quantas vezes eu tive vontade de trazer um cubano para o Brasil, para dar aulas de danƧa? Mal sabem eles o dinheiro que ganhariam e o sucesso que fariam por aqui. Melhor nem saberem. 


Cuba foi uma grande experiĆŖncia pra mim. Foi a primeira viagem que me fez refletir por dias e dias sobre a polĆ­tica e a sociedade de um paĆ­s. Se vale a pena? Vale, claro! Sempre vale. Vai de vocĆŖ escolher o que lhe agrada mais. E tenha em mente que ali nĆ£o Ć© o Caribe que vocĆŖ vĆŖ nas revistas de turismo. O Caribe Ć© outra coisa. E Cuba pode ser outra coisa tambĆ©m, basta vocĆŖ enxergar apenas o que quiser ver.

Beijos,

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32 comentƔrios

  1. Adorei o post Lu!
    Mas qual Ć© a relaĆ§Ć£o dos cubanos com sabonetes? :(

    Beijos.

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    1. Sabonete Ć© muito caro pra eles, Ju... Custa em torno de CUC$ 1. E o sabĆ£o que o governo dĆ”, alĆ©m de ser horrĆ­vel, nĆ£o dura o mĆŖs todo. Por isso eles pedem tanto sabĆ£o pra gente... Shampoo, roupas, todas essas coisas de uso pessoal sĆ£o muito valiosas pra eles.

      Obrigada pela visita, lindona! <3

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  2. Oi!
    Vou para Cuba com uma amiga na prĆ³xima terƧa. Li muitos blogs, resenhas, reportagens, e em praticamente todos encontrei relatado esse sentimento contraditĆ³rio que nesse teu post aparece tĆ£o bem resumido. Apesar de tanta informaĆ§Ć£o que busquei, me sinto muito insegura em relaĆ§Ć£o a essa viagem. ConheƧo alguns paĆ­ses, e, apesar do friozinho na barriga (saudĆ”vel) que dĆ” ir a um lugar pela primeira vez, sinto que agora Ć© diferente.
    Gostei muito do blog de vocĆŖs. Vou ficar oito dias, e o roteiro detalhado ajudou bastante.
    Um abraƧo.

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  3. Ɖ Cuba ainda nĆ£o me encanta.
    zefreitas

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  4. Lu, gostei de seu blog; fui Ć  Cuba em marƧo 2012. SentĆ­ este mesmo sentimento tĆ£o bem descrito por vc , mas vocĆŖ sente mais o "aperto" em Santiago de Cuba, onde dei atĆ© roupas minhas.Amigos me perguntaram como eu pude gostar desta viagem depois do que contei sobre as pessoas que conhecĆ­ e como viviam, (isto tbĆ©m que vc falou) e a verdade , apesar de tudo , gostei, valeu !
    Um abraƧo

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  5. Lendo isto hoje e lembrando daqui:
    07/02/2013 - 06h00
    Cuba estƔ pronta para o futuro, diz blogueira Yoani SƔnchez Ơ Folha
    http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1224628-cuba-esta-pronta-para-o-futuro-diz-blogueira-yoani-sanchez-a-folha.shtml

    Reuben :)

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  6. Ɖ tocante Lu...
    tem muita pobreza aqui no Brasil, mas imagino que seja diferente de quando vocĆŖ toda uma noĆ§Ć£o pobre.

    Ɖ assustador pensar que eles nĆ£o conhecem Mc Donalds...claro, nĆ£o pela lanchonete em si, mas em pensar no nivel de alienaĆ§Ć£o que eles sao submetidos.

    Eu nĆ£o viajei tanto como vocĆŖ (Fui uma vez para Buenos Aires, uma para NY, duas para a Disney e uma para Paris) e nĆ£o troco nosso Brasil por nada.

    Nosso paĆ­s tem sim muitos defeitos, muitos mesmo e chega a ser muito revoltante. Mas ainda assim... Ć© o pais que eu amo.

    Beijos

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    1. Pois Ć©, Ju... Ɖ triste. :/
      Brasil Ć© demais! <3
      Obrigada pela visita! Beijoooo!
      Lu

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    2. Sorte deles que nĆ£o conhecem o Mc Donalds !

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    3. Concordo Ricardo.NĆ£o vejo nada de mais em nĆ£o conhecer o MC Donalds, eu fui conhecer apenas aos 15 anos quando sai da minha cidade, e olha que morava numa cidadezinha aqui do Brasil, nunca tinha ouvido falar.

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  7. Lu,

    To me programando para ir em maio com mais 2 amigas..
    Muito bom esse seu relato,vou levar muitos sabonetes...

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  8. Lu,
    Estou me progra,ando para ir agora em marƧo, e apesar de toda curiosidade Cuba ainda me assusta. Mas suas dicas foram bacanas.. Uma dĆŗvida: Qual a maior dificuldade que vc teve? Fez um roteiro antes de viajar ou foi e lĆ” decidiu-se? fico no aguardo!
    grande beijo

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  9. Lu
    Mesmo nao falando espanhol, vou conseguir me comunicar bem com o "Portunhol"? Bjss

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  10. Aqui no brasil, um menino pobre bombardeado pela propaganda de consumo Ć© mais feliz? n. sei.. mais coisificado com certeza. Sonho? Vc diz de consumo? No mundo coisificado a imagem conta mto mesmo.. suas coisas, seus pertences, sua aparĆŖncia, suas viagens..

    gostaria de conversar mais com vc. Moro prĆ³xima a regiĆ£o da Paulista, e nĆ£o tenha um dia que um bando de mendigos me peƧam esmolas.. SĆ³ que do lado dos papelƵes deles tem um restaurante carĆ©rrimo e um carro importado.. entĆ£o a paisagem fica melhor?

    n. vejo flores no brasil. Talvez onde vc more seja mto melhor mesmo.

    :/

    Sem mais

    Telma

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  11. Poxa, que relato legal! Estou indo daqui uma semana e nĆ£o paro de ler sobre a ilha Cubana. Lu, li de algumas pessoas que levar sabonetes Ć© como dar esmolas e que o melhor mesmo Ć© levar CDs ou livros e oferecer Ć quelas pessoas que de alguma forma de atenderam bem durante a estadia ou que passaram algum tempo com vocĆŖ, como a MĆ­riam e o Yoan. O que vocĆŖ acha?
    Grande abraƧo, Iara.

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  12. faltou uma visĆ£o mais histĆ³rica as viajantes!!! Um simplismo materialista!!! Cabe colocar a diferenƧa das coisas, pobreza e simplicidade!! Infelizmente Cuba tem as duas, mas nĆ£o da forma que foi exposta!! EsqueƧam o mundo nĆ£o pode viver como os EUA, devemos pensar em aprimorar o modelo cubano e nĆ£o execrĆ”-lo! Estive lĆ” e vi outro paĆ­s, um mundo de pessoas pensantes, criadoras, cultas e com grandes problemas econĆ“micos. PorĆ©m um problema que nĆ£o Ć© apenas deles e nosso, pois o embrago Ć© cretino e cruel. Se Cuba resolver seu problema de renda e de fluxo de capital terĆ£o um modelo que nenhuma sociedade, em algumas partes os nĆ³rdicos, alcanƧou!! Esta viagem de olhar burguĆŖs Ć© para Orlando e Miame, mochileiro Ć© outra coisa, vcs estĆ£o preocupadas com o custo, nĆ£o com a "filosofia" do mochilĆ£o. Ler Bauman, O turista e o peregrino, ajudaria a refletir sobre isso!! abrƧs

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    Respostas
    1. "devemos pensar em aprimorar o modelo cubano e nĆ£o execrĆ”-lo!"

      Ɖ mesmo?E como vc vai aprimorar uma ditadura e sem direito a oposiĆ§Ć£o (e ainda por cima sendo um extrangeiro)?
      E por favor, vamos parar com esse mito do embargo americano.Esse embargo proibe apenas que empresas americanas atuem em Cuba.
      No texto da para perceber que a maioria dos problemas sĆ£o causados pela ditadura cubana.

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    2. EngraƧado ler aqui que o povo cubano nĆ£o sabe o que acontece no mundo e, logo em seguida, me deparar com um comentĆ”rio desses.

      Sinceramente, as blogueiras acham que alguƩm que escreve algo como
      "E por favor, vamos parar com esse mito do embargo americano.Esse embargo proibe apenas que empresas americanas atuem em Cuba."
      e que provavelmente imagina que os mĆ©dicos cubanos sĆ£o guerrilheiros disfarƧados, Ć© menos manipulado do que qualquer cubano?

      Sobre a postagem, achei engraƧado o nĆŗmero de vezes que vocĆŖs fizeram referĆŖncias a valores materiais. Viajar para Cuba com esse tipo de olhar viciado Ć©, parafraseando a autora: "Triste. Muito triste."

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    3. Caro anƓnimo,

      Sua postagem estĆ” um pouco confusa e nĆ£o deu pra entender muito bem o que vocĆŖ quis dizer, me desculpe.

      AtƩ mais!

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  13. Ainda nĆ£o fui Ć  Cuba, mas penso que em Salvador, o assĆ©dio nĆ£o Ć© nada diferente do praticado em Cuba. Ɖ romantismo demais, achar que o Brasil Ć©o paraĆ­so dos mundos. Temos liberdade, temos facilidades, sim. Mas...e o resto. E mais, dizem que na ItĆ”lia, os homens tambĆ©m assediam mulheres sozinhas, por conta de trocados.

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    Respostas
    1. Caro anƓnimo,

      NĆ£o, o assĆ©dio que rola em Cuba nada tem a ver com o que acontece em Salvador, mas acredito que cada experiĆŖncia seja Ćŗnica. Logo, acho que vale considerar ir para Cuba e, quem sabe, nĆ£o serĆ” diferente? E sobre a ItĆ”lia... hĆ” controvĆ©rsias. :)

      AtƩ mais!

      Excluir
  14. Claro que aqui no Brasil tambĆ©m tem pobreza e misĆ©ria, mas as pessoas podem ter sonhos e melhorar de vida, lĆ” Ć© sĆ³ misĆ©ria, um paĆ­s onde sabonete e absorvente Ć­ntimo sĆ£o artigos de luxo, onde as pessoas nĆ£o tem livre acesso as informaƧƵes mundiais, onde ganham um salĆ”rio miserĆ”vel e sem nenhuma perspectiva de melhora, onde nĆ£o se pode levantar contra o poder, nĆ£o pode ser modelo de qualidade de vida. O Ćŗnico ponto positivo que vi nesse relato foi o da seguranƧa e baixĆ­ssimos Ć­ndices de criminalidade.

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  15. irei em Cuba na ultima semana de Setembro. Foi muito util o que li aqui. Levo canetas, brinquedos, sabonetes. Espero muito dessa viagem. De conhecer as praias magnificas mas tambem o povo cubano. Algum conselho de ultima hora?
    quando voltar deixo aqui minha opiniĆ£o

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  16. Nossa , Lu fiquei impressionada com o que li aqui no seus comntarios e impressoes sobre Cuba . Eu me transportei e senti tristeza ao saber realmente que as pessoas sao tratadas com tanta "indgnidade", nao podem ter acesso a informaƧao, demosntram amor e paixao em troca de usn trocados ou de algum turista que pague por seu jantar , cmpanhia e isto Ʃ triste porque nao ha sentimentos de verdade falando de carinho, afeto, hƔ sentimentos de tristeza e um falso sorriso, um, abraƧo mecanico que ate faz homens mais velhos geralmente os europeus carentes e atƩ "indecentes" ir a procura disto. Se fosse carencia e ajudassem estas meninas ou mulheres a sair desta vida mesmo, mas Ʃ somente para ter noits de prazer fulgaz . Eu estou me preparando para visitar o Sudeste de Cuba as ilhas que sao preservadas pela UNESCO , mas vi aqui que o governo somente preserva para o turista o resto Ʃ caindo aos pedaƧos, um salari miseravel, falata de informaƧao... Nasci aqui no Brasil, sou descendente de europeus e existem muitos paises bonitos (lindos ), mas ainda vejo beleza e riqueza a serem explorados aqui neste imenso pais que tem muita beleza natural e tantos talentos tambem. Eu me coloquei n seu lugar , Ʃ uma questao de sentiment que nao sei explicar , acho que eu tambem choraria ou vou chorar quando me deparar com esta realidade triste e ainda desconhecida por muitos .
    Obrigado por seu relato. Ana Maria - Rio de Janeiro - Brasil

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  17. Realmente, no Brasil se tem muito mais liberdade do que em Cuba, principalmente se vocĆŖ for da classe media alta que tem din din pra viajar pelo mundo. Pra vocĆŖ o mundo Ć© muito bom mesmo!
    VocĆŖ deve viver em uma bolha para nĆ£o perceber os problemas debaixo do seu prĆ³prio nariz.
    Prefiro nĆ£o conhecer o McDonald’s do que viver em um pais na periferia capitalista, onde milhares de pessoas nĆ£o tem o que comer mesmo vivendo em um dos maiores produtores de alimentos do mundo!

    ResponderExcluir
  18. Meninas, estou de cara com o relato de vocĆŖs. Amo relatos de viagem, mas o de vocĆŖs superou todas as minhas expectativas. ParabĆ©ns!!! Cheguei atĆ© vocĆŖs porque estou querendo ir a Cuba e estou/estava cheia de dĆŗvidas. Obrigada por dividirem todos os detalhes conosco, me ajudou bastante. Bjim!

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  19. Chorei Lu.
    Vou a Havana em novembro e nĆ£o sabia que as coisas eram tĆ£o tristes assim, seus posts e os da Ana estĆ£o ajudando bastante. Deus abenƧoe vcs e Deus tenha misericĆ³rdia de Cuba. (Meu coraĆ§Ć£o aperta sĆ³ de pensar), nunca mas reclamo do meu salĆ”rio.

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  20. Lu, bom dia.

    JĆ” viajei muito pelo mundo, conheƧo em torno de 60 paĆ­ses, mas pouquĆ­ssimas vezes vi um relato tĆ£o pessoal e emocionante. Li o seu blog, me verdade, todos os posts relacionados a essa viagem. Vou passar o natal e o ano novo lĆ”. Muito obrigado pelas dicas.
    Quero escrever um blog/site ou algo do gĆŖnero relatando as minhas experiĆŖncia...tenho tudo anotado em um caderno, o qual escrevo as experiĆŖncias que tive. Procuro sempre me relacionar com os moradores, porque assim como vocĆŖ, acredito que fico mais prĆ³ximo da realidade. ConheƧo grande parte da Ɓfrica, Oriente MĆ©dio e Ɓsia, mas acredito que um dos paĆ­ses que mais vai me surpreender Ć© Cuba, seja por impressƵes positivas ou negativas. Se cuidem e boa sorte nas prĆ³ximas viagens. Gregory Gramani

    ResponderExcluir
  21. Lu, bom dia.

    JĆ” viajei muito pelo mundo, conheƧo em torno de 60 paĆ­ses, mas pouquĆ­ssimas vezes vi um relato tĆ£o pessoal e emocionante. Li o seu blog, me verdade, todos os posts relacionados a essa viagem. Vou passar o natal e o ano novo lĆ”. Muito obrigado pelas dicas.
    Quero escrever um blog/site ou algo do gĆŖnero relatando as minhas experiĆŖncia...tenho tudo anotado em um caderno, o qual escrevo as experiĆŖncias que tive. Procuro sempre me relacionar com os moradores, porque assim como vocĆŖ, acredito que fico mais prĆ³ximo da realidade. ConheƧo grande parte da Ɓfrica, Oriente MĆ©dio e Ɓsia, mas acredito que um dos paĆ­ses que mais vai me surpreender Ć© Cuba, seja por impressƵes positivas ou negativas. Se cuidem e boa sorte nas prĆ³ximas viagens. Gregory Gramani

    ResponderExcluir
  22. Infelizmente cuba vive sob o regime de fidel castro, raul castro, e toda a patota comunista, dizem que lĆ” tem a melhor educaĆ§Ć£o,os melhores mĆ©dicos, podem atĆ© term mas tem a maior pobreza, pessoas tristes , deprimidas, alguns atĆ© riem, danƧam, cantam m pois Ć© a unica forma de fuga desse esrtrees wtodo0, enfim acordai cubanos, deem um grito de basta a esse dsgoverno arbitrĆ”rio, lutem , e saiam desse comunismo, ocioso, sem produƧ´ao, parado estagnamdo ha anos. mudem faƧam a transformaĆ§Ć£o.

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