Leve com Você

Solteira, namorando e viajando

05:29

Talvez este texto nem devesse ser publicado aqui (talvez tivesse mais a ver com o A Melhor das Intenções) mas, como hoje é Dia dos Namorados e como o tema do texto é viajar (namorando), achei que caberia neste blog.

Sou solteira, no estado civil. 
Nunca me casei nem fui noiva "pra valer" (fui uma "quase noiva", o que não conta) nem pretendo tão cedo (apesar de já parecer tarde para alguns). Mas namorei um bocado nessa vida e já viajei namorando umas boas vezes.
Tive ótimas experiências, assim como tive algumas péssimas. Não quero narrar nenhuma específica, mas quero compartilhar algumas coisas que aprendi ao viajar com namorados. 

A primeira delas é que, se a relação está beirando o abismo, uma viagem para "esquentar a relação" pode ser a maior furada. Pode dar certo, é claro, mas pode não dar. Já passei pelos dois casos e, em um deles, brigamos feio, terminamos o namoro no meio da viagem e passamos o resto do tempo carregando aquela "torta de climão" terrível.

Se o namoro é sério e vai muito bem, obrigada, uma viagem a dois é a melhor coisa que você pode fazer para conhecer a fundo a pessoa com quem você está se envolvendo e, claro, para usufruir de uma lua-de-mel antecipada.

Viajar requer e provê intimidade. Se o namoro está no começo, não aconselho que já aconteça um programa desses. Vocês estão se conhecendo, pode ser arriscado. Imagine se você não sabe nada das manias da pessoa e resolve se incomodar com todas no primeiro dia de viagem. Pois é, isso pode acabar com a viagem inteira. Se, ainda assim, quiser arriscar, faça uma pequena, de fim de semana. 

Tive um namorado com quem fui passar uma semana numa cidade qualquer do interior. Eu não sabia que ele roncava, descobri na primeira noite. E quem disse que eu conseguia dormir? Passei a semana inteira de mal-humor por causa do sono. Não tínhamos completado nem um mês de relacionamento e eu jamais teria a coragem de dizer tão cedo "amor, você ronca demais e eu não consigo dormir!".

Mas não quero falar só do que foi ruim. Viajei com um mesmo namorado para vários lugares. Vivemos momentos incríveis, em contato com a natureza, como se fôssemos Emmeline e Richard, em A Lagoa Azul (ai, que brega!). Tiramos milhares de fotos juntos. Milhares mesmo. E, um dia, o namoro acabou.

E é dessas fotos que quero falar: as fotos das viagens.

Fotos, para mim, são as melhores lembranças de qualquer viagem (aliás, de qualquer acontecimento importante). Imagine se você vai para a Tailândia (lugar que não dá pra ir toda hora, né?) com seu namorado(a) e vocês aparecem juntos em todas as fotos. Um tempo depois, o relacionamento chega ao fim e não sobra nenhuma fotinho pra você colocar num porta-retratos ou postar no Facebook, sem que aquela sombra do passado esteja ao seu lado? Só lhe resta voltar para a Tailândia pra refazer as fotos, ou então...

Esta imagem é real?
Não é querer ser pessimista, não, nem pensar que todo namoro chegará ao fim. Mas como vou saber se vai durar para sempre? Ninguém sabe. De uma coisa eu sei: quero minhas fotos de viagem.
Sempre que viajo com alguém, faço questão de priorizar todas as fotos que eu quero ter sozinha. E incentivo meu namorado a fazer o mesmo, oras. Não é pensando no fim. É simplesmente pensando no meu álbum de scrapbooking, onde não aparece ninguém além de mim. Não é ser egoísta, é questão da estética que defini para o meu álbum de viagens. 
Como também não coloco casos de viagem nessas páginas. Quando viajamos descomprometidos, sempre acabamos conhecendo um ou outro amor de férias. Deixemos esses amores na lembrança (ou no chat do Facebook). No álbum de scrap, nunca. Afinal, como vou mostrar meu álbum de viagens para o meu futuro marido? "Amor, esse aqui eu peguei na Califórnia e esse foi meu casinho em Roma...". Não, definitivamente, não.

É óbvio que, quando viajo com um namorado, não deixo de tirar mil fotos românticas, de beijos na boca com paisagens lindas ao fundo, mas essas a gente pode deletar se o namoro acabar, né? 

Vi uma amiga que fez uma mega viagem pela Europa com o namorado e não tirou uma única foto sem ele. Anos depois, o namoro acabou e a pobrezinha não ficou com nenhuma imagem dela na frente da Torre Eiffel sozinha. 

Eu só deixarei de me preocupar com meu álbum de viagens pagando de solitária do mundo quando eu me casar. Aí vou querer álbuns de família. Muitos álbuns! Na Disney, na praia, nas montanhas, com marido e filhos ao redor. Por enquanto, prefiro garantir meu álbum de solteira.
Todos sabemos que a vida é assim, não é mesmo? Pessoas vão e vêm... Mas as fotos ficam. E ficam pra sempre.

Desculpe se o post pareceu negativo (ou até recalcado) demais para este dia tão especial, mas é isso que penso e achei que poderia compartilhar. Viajar a dois é uma delícia (e aconselho que você passe muitas vezes por esta experiência), principalmente quando a paixão está tinindo. Aí nem importa o destino, só a companhia. E as fotos, claro.

Beijos,

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7 comentários

  1. Muito legal o post, Lu! Recomendo muito a leitura! :)

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  2. Arrasou, Lu! Vou te falar que isso serve para viagens com amigos também. Não é todo mundo que deixa boas lembranças na vida da gente.

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    Respostas
    1. Hahahahaha. Eu até tinha escrito isso no texto, mas apaguei porque estava me prolongando demais. Hahaha

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  3. Aprendi isso das fotos da pior forma possível também.

    Hoje registro tudo duas vezes. :p

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  4. Adorei o blog...e o texto diz tudo...bom acompanha, mas será?
    Eu estou no dilema...

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